Até o século 19, o socialismo era a utopia de pequenos grupos de “sonhadores” dentro das igrejas cristãs, muito minoritários, marginais e um tanto excêntricos na corrente principal do cristianismo, que até então sempre havia defendido o modelo bíblico e realista de governo limitado. Ser “socialista” era como ser um cristão meio pirado, ainda que simpático e de “bom coração”.
Porém, no século 19, a utopia socialista foi ganhando a adesão de líderes e da massa, dentro e fora do cristianismo. Começou a ser publicado na Inglaterra o periódico Christian Socialist (“Socialista cristão”), impulsionado por líderes anglicanos encantados com a pregação anterior do ex-sacerdote católico francês Robert Lamennais (1772-1854), precursor do “catolicismo social”, do também francês Charles Fourier (1772-1837), e do inglês Robert Owen (1771-1858), promotores de cooperativas (falanstérios) como alternativa ao capitalismo e à “luta de classes”. Apoiado pelo evolucionismo darwinista, que foi aceito por muitos cristãos, o socialismo se tornou respeitável, até mesmo “culto” em certos ambientes. Continuar lendo